sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quanto mais livros em casa, maior o nível de escolaridade do filho



Estudo internacional analisa a relação entre leitura e escolaridade em 27 países.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010 às 8:55h

Livros em diversas estantes dentro de casa, no quarto ou até mesmo espalhados pelos cômodos da residência. Quem gosta de livro é assim, parece até uma bagunça. Mas, segundo pesquisa, quanto mais às crianças crescem rodeadas por livros, elas podem ter até três anos a mais de escolaridade, independentemente da formação ou ocupação de seus pais. Esse foi o resultado apontado pelo maior estudo já feito sobre a relação entre os livros no ambiente doméstico e a educação escolar.

A pesquisa mostra que, as pessoas que cresceram em casas com até 500 livros têm 33% a mais de chance de concluir o ensino fundamental e 19% de se graduar numa universidade. Para chegar a esses números, pesquisadores americanos ouviram mais de 70 mil pessoas em países como China, Rússia, França, Portugal, Chile e África do Sul.

Quem liderou esse estudo foi Mariah Evans, da Universidade de Nevada, ela acredita que o atual modelo de educação busca uma cultura erudita, baseada no estímulo à leitura, além do mais, políticas de estado deveriam ser criadas para incentivar a educação. “Uma das conclusões mais importantes é que fazer as famílias lerem mais pode trazer recompensas substanciais para a educação mundial”, diz a socióloga à CH On-line.

Ao final de seu estudo, a socióloga sugeriu que se meça a quantidade de livros em cada casa de família e que o governo providencie mais exemplares para onde houver poucos. No trabalho, ela argumenta que tal medida seria eficaz até mesmo para o desenvolvimento educacional e econômico de algumas comunidades rurais.

Nos 27 países ouvidos, onde possuem diferentes hábitos, os pesquisadores separaram os dados de acordo com os grupos, analisando separadamente as diferentes camadas de cada sociedade, como na África do Sul e China. A pergunta chave era: quantos livros existiam na sua casa quando você tinha 14 anos?

Os que cresceram sem nenhum livro por perto atingiram, em média, sete anos de estudo. Aqueles com mais ou menos 12 livros em casa completaram onze anos de escolaridade – indicando que mesmo uma quantidade pequena de títulos já faz diferença. Já os que vieram de famílias letradas, com cerca de 500 livros nas estantes, registraram uma média de 14 anos de estudo, tempo padrão de um estudante universitário nos Estados Unidos.

Outro resultado apresentado, é que apenas 3% daqueles que não cresceram com livros conseguiram entrar na universidade, enquanto 13% dos que têm essa cultura em casa atingem o terceiro grau. Em países marcados por um sistemas de repressão, como China e a África do Sul do apartheid, verificou-se que o costume de leitura era maior. Os autores sugerem uma razão para tal: o livro poderia ser visto como uma alternativa à repressão que os indivíduos sofriam.

Para a tutora do Portal Educação, educadora Thais Elena Carvalho, além de fornecer conhecimento, os livros ajudam na capacidade de discussões intelectuais, habilidades essenciais ao desempenho escolar e profissional das crianças, como vocabulário, informação, imaginação, familiaridade com a boa escrita e raciocínio lógico. “O incentivo a leitura inicia em casa, pais leitores formarão filhos leitores”, finaliza ela.

Quanto aos avanços tecnológicos e ao surgimento de livros virtuais, Mariah Evans responde que o importante é o conteúdo, e não o formato. “Só poderemos saber ao certo quando a geração da internet crescer, mas o importante é facilitar o acesso aos livros”, defende a socióloga.

Fonte: www.portaleducacao.com.br

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